🏃♂️ Posso fazer atividade física durante a quimioterapia?
- Pedro Filho
- May 10
- 3 min read

Introdução
Durante o tratamento do câncer, uma dúvida comum entre pacientes e familiares é: “Posso praticar atividade física?” A resposta, com respaldo em evidências científicas sólidas, é sim — e, mais do que isso, a prática de exercícios pode se tornar uma aliada essencial para melhorar a qualidade de vida, reduzir efeitos colaterais e até impactar positivamente os desfechos clínicos.
Neste artigo, vamos explorar os principais benefícios da atividade física no contexto oncológico, com base em estudos robustos e recomendações de sociedades médicas internacionais.
1. 🧘 Segurança: é possível praticar exercícios durante o tratamento?
Antigamente, recomendava-se repouso absoluto para pacientes com câncer. No entanto, essa abordagem mudou drasticamente. Hoje, a atividade física é considerada segura na maioria dos casos, desde que orientada por profissionais capacitados e adaptada às condições clínicas de cada paciente.
A ASCO (American Society of Clinical Oncology) e o ACSM (American College of Sports Medicine) reconhecem que exercícios supervisionados são seguros mesmo durante quimioterapia e radioterapia【1】.
2. 💪 Quais são os benefícios da atividade física para pacientes oncológicos?
✅ Redução da fadiga
Exercícios aeróbicos e resistidos são comprovadamente eficazes para reduzir a fadiga relacionada ao câncer【2】.
✅ Melhora da qualidade de vida
Melhoram sono, apetite, autoestima e reduzem sintomas de depressão e ansiedade【3】.
✅ Melhora da capacidade funcional
Preservam força muscular e mobilidade, prevenindo sarcopenia e perda de independência.
✅ Controle do peso e composição corporal
Auxiliam no controle de peso, especialmente durante hormonioterapia【4】.
✅ Impacto nos desfechos oncológicos
Associada a menor risco de recorrência e maior sobrevida em câncer de mama, cólon e próstata【5】【6】.
3. 📚 Evidências científicas que sustentam esses benefícios
Diretriz do ACSM (2019): recomenda 150 min/semana de aeróbico moderado + treinos de força 2x/semana【1】.
Holmes et al. (2005): ≥9 METs/semana = redução de 50% na mortalidade específica por câncer【5】.
Mustian et al. (2017): atividade física supera fármacos na redução da fadiga【2】.
4. 📝 Como iniciar: recomendações práticas
Antes de iniciar:
Liberação do oncologista.
Avaliação com fisioterapeuta ou educador físico com experiência em oncologia.
Recomendações gerais:
Aeróbico leve a moderado: caminhada, bicicleta ergométrica, hidroginástica.
Treinamento resistido: com elásticos ou peso corporal, 2x por semana.
Alongamentos e mobilidade: especialmente após cirurgia ou radioterapia.
Atenção especial em casos de:
Metástases ósseas
Plaquetopenia grave
Fraqueza intensa ou risco de quedas
Conclusão
A atividade física é um pilar complementar fundamental no tratamento do câncer. Seus benefícios vão além do físico: restauram a autonomia, o bem-estar emocional e podem impactar a própria evolução da doença.
Com orientação adequada, praticamente todo paciente pode se beneficiar. Incentivar o movimento é, hoje, uma conduta baseada em evidência — e um ato de cuidado humanizado.
Converse com seu oncologista sobre atividade física, ela tem o poder de mudar o seu tratamento!
Referências
Campbell KL, Winters-Stone KM, Wiskemann J, et al. Med Sci Sports Exerc. 2019;51(11):2375-2390.
Mustian KM, et al. JAMA Oncol. 2017;3(7):961–968.
Courneya KS, Friedenreich CM. Semin Oncol Nurs. 2007;23(4):242–252.
Ligibel JA, et al. J Clin Oncol. 2020;38(33):3917–3928.
Holmes MD, et al. JAMA. 2005;293(20):2479–2486.
Friedenreich CM, et al. Eur Urol. 2016;70(4):576–585.
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Dr. Pedro Paulo Perroni – Médico Oncologista Clínico
CRMCE 25246 | CRMSP 170416 Especialista em Clínica MédicaEspecialista em Oncologia ClínicaRegistro de especialista (RQE) 13777 | 13778
